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Número de mortes por pássaros que atingem prédios pode ultrapassar 1 bilhão por ano

Número de mortes por pássaros que atingem prédios pode ultrapassar 1 bilhão por ano
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Menos da metade das aves que colidem com janelas sobrevive ao impacto, segundo uma nova pesquisa que sugere que o número de mortes pode ser muito maior do que as estimativas anteriores. O estudo, publicado na revista Plos One, revela que cerca de 60% das aves que se chocam contra edifícios nos EUA morrem, o que levanta a possibilidade de que mais de 1 bilhão de aves possam perder a vida a cada ano devido a essas colisões.

O estudo, liderado por Ar Kornreich, candidato a doutorado na Universidade Fordham, em Nova York, investigou a recuperação de aves após colisões. Até então, acreditava-se que a maioria das aves atordoadas se recuperava, mas a nova pesquisa mostrou que o número de mortes pode ser significativamente subestimado.

“As taxas de mortalidade de aves nos EUA são uma tragédia”, afirmou Kornreich. Ele destacou que muitos estudos anteriores focaram apenas em aves que morreram imediatamente após o impacto, deixando de lado aquelas que não sobreviveram posteriormente.

As colisões com janelas são uma das principais causas de morte de aves, com picos durante o outono, durante a migração, e no verão, quando ocorre a reprodução. A dificuldade das aves em distinguir janelas transparentes do ambiente natural, combinada com o comportamento territorial durante a época de reprodução, pode contribuir para o aumento das colisões, à medida que as aves reagem a reflexos nas janelas como se fossem ameaças.

Brendon Samuels, candidato a doutorado na Universidade de Western Ontario e coordenador do Programa de Conscientização sobre Luz Fatal (Flap), afirmou que esses incidentes provavelmente são “subdocumentados”. Ele enfatizou que, se uma ave não morre imediatamente, muitas vezes não há evidências da colisão, tornando a real extensão do problema difícil de avaliar.

Samuels também apontou que o vidro dos edifícios e a luz artificial são os principais responsáveis pelas mortes de aves em áreas urbanas. Ele destacou que há maneiras de projetar edifícios para minimizar esses riscos, como a instalação de marcadores visuais no exterior das janelas ou o uso de murais de vidro.

Os autores do estudo analisaram registros de colisões de aves em prédios em oito estados dos EUA, obtidos por meio da Lei de Liberdade de Informação, entre 2016 e 2021. Kornreich observou que muitas aves resgatadas após colisões não se recuperam, mesmo com cuidados de alta qualidade, e que enfrentam riscos adicionais após a soltura.

Apesar do número elevado de mortes, os cientistas incentivam a população a levar aves atordoadas para centros de reabilitação, ressaltando que 40% delas sobrevivem. “Quando uma ave atinge um prédio, nem tudo está perdido”, disse Kornreich. Ele espera que a conscientização sobre o problema leve mais pessoas a agir para ajudar a reduzir essas tragédias.

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Trajano Xavier

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