Pandemia acelera procura pelas tiny houses no Brasil
Precisamos mesmo de uma casa grande, louças que não usamos nunca e um armário repleto de roupas? Afinal, manter um estilo de vida materialista custa mais do que dinheiro, custa muito tempo – nosso ativo mais precioso. É a partir destes questionamentos, que o movimento das tiny houses cresce cada vez mais no Brasil impulsionado pela própria pandemia. Com o isolamento social, muita gente começou a repensar seu estilo de vida e valorizar mais a simplicidade e o contato com a natueza. Se o movimento já crescia exponencialmente nos Estados Unidos e Europa, a tendência agora chega no Brasil.
De acordo com a arquiteta Camilla Pereira, do escritório Porto Quadrado, que começou a se especializar nas mini casas, a procura pelas tiny houses aumentou no último ano com a pandemia do novo coronavírus. “Acredito que o isolamento despertou outros interesses nas pessoas. Depois do choque inicial nós voltamos para o essencial, buscando uma experiência mais intimista, mais conectada com a natureza e mais consciente”, explica.
O movimento faz parte de uma tendência entre os millennials, cada vez mais em busca de uma vida com mais sentido e mais liberdade. Isso sem contar que quem consegue se adaptar a este estilo de vida acaba economizando muito dinheiro, já que ao invés de pagar aluguéis e financiamentos altíssimos, podem desfrutar melhor do tempo e dos familiares. Para quem se interessa, a arquiteta estima um investimento de R$ 2 mil a cada metro quadrado, sendo que a indicação de espaço para manter uma boa qualidade de vida é de 20 m² no total.
Em 2019, Camilla construiu 3 tiny homes e usou aproximadamente 1,5 tonelada de aço em cada estrutura. “O sistema construtivo em aço é muito efetivo para uma tiny house pela incrível combinação de rapidez e versatilidade. O material pode ser usado na estrutura, nas esquadrias, nos revestimentos e fechamentos”, conta. De acordo com o Centro Brasileiro da Construção em Aço, o material pode garantir uma construção mais limpa, à medida que as construções modulares são desenvolvidas industrialmente e reduzem os impactos ambientais característicos da construção convencional, principalmente em relação ao desperdício.
O conceito da construção de uma tiny house é semelhante ao da construção industrializada em aço, as peças ou blocos já vêm montados da indústria. “Basicamente, é necessário que tenhamos uma base e instalação de água e luz. A construção de uma tiny house pode durar, em média, 10 dias apenas”, completou a arquiteta. Segundo ela, além das casas fixas em plataformas ou terrenos, também há a possibilidade de investimento em uma tiny house móvel. A primeira casa minimalista brasileira capaz de ser movida a qualquer lugar foi regulamentada e homologada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) em dezembro de 2020.
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