Pássaro “místico” chama a atenção em bosque de Curitiba
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Josianne Ritz e Martha Feldens
A presença de um pássaro Urutau e seu filhote encantou todos que estão envolvido nas obras do Hospital Pequeno Príncipe Norte, no bairro Bacacheri, em Curitiba. Segundo o Diretor Corporativo do Hospital, José Álvaro da Silva Carneiro, eles apareceram no bosque há alguns meses e todos estão cuidando para que fiquem em segurança ali. “É um pássaro de hábitos noturnos, insetívoro, místico para nossos índios nossos índios. Ele se camufla e confia muito nisto. Eu nunca tinha visto um exemplar na natureza e menos ainda um filhote”, contou Carneiro à reportagem do Paraná.
Cuidar da biodiversidade nas obras do novo hospital, aliás, é umas das prioridades, segundo Carneiro. “Divido essa em três pilares: a obra propriamente dita e todas as questões, como, operação, engenharia, financeiros, demandas de vizinhos”, a alma destas edificações quando entrarem em operação e os cuidados com a biodiversidade e a natureza do lugar”, afirmou ele. O projeto prevê a preservação de 104 mil metros quadrados de floresta.
O urutau é uma ave de hábitos estritamente noturnos, principalmente nos dias de lua cheia. Ele se alimenta de insetos, mas só come enquanto voa. Com um porte grande e penas que se assemelham à casca de árvore, o urutau costuma habitar áreas de mata. É conhecido também como mãe-da-lua, urutau-pequeno, urutágua, kúa-kúa e uruvati. O nome urutau é de origem tupi e significa “ave fantasma” e é encontrada da região da Costa Rica à Bolívia e em todo o Brasil, bem como na Argentina e no Uruguai.
Sobre o pássaro místico Urutau
No imaginário popular amazônico, o pássaro também é conhecido pelos supersticiosos como um sinal de agouro, ou seja, de má sorte. Uma lenda regional conta que um bebê foi abandonado na floresta pela mãe, como proteção contra uma doença que dizimou toda a comunidade. O canto da ave seria o choro da criança pela mãe.
Na versão mais romântica sobre o urutau, uma indígena se apaixonou por um integrante do povo rival. Para evitar o relacionamento, o pai da moça decidiu matá-lo. Impedida de viver o romance, a jovem ofugiu para a floresta e se transformou em uma ave que chora todos os dias a perda do grande amor.
Ouça aqui o canto do Urutau
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