Peixe cultivado em laboratório pode fazer com que alérgicos voltem a comer esta proteina

Peixes cultivados em laboratório podem fazer com que alérgicos possam voltar a comer, como revela um estudo conduzida por cientistas da James Cook University (JCU) e apresentado na última sexta-feira (28) no Congresso Mundial de Alergia. Os pesquisadores analisaram a presença de 12 alérgenos e descobriram que a parvalbumina, principal proteína responsável por reações alérgicas, foi reduzida em até 1000 vezes nesses peixes.
Normalmente, essa proteína está presente em grandes quantidades nos peixes convencionais e é a principal responsável por desencadear reações alérgicas, que podem ser leves ou até graves, como a anafilaxia.
A pesquisa está avançando com o apoio da organização Good Food Institute (GFI) e da empresa Umami Bioworks, com planos de disponibilizar os primeiros produtos de peixe cultivado nos próximos anos. O foco inicial deve ser em bolinhos de peixe e frutos do mar cultivados, com um risco alérgico reduzido.
O novo estudo feito com enguia-japonesa (Unagi) cultivada sugere que, para muitas pessoas alérgicas, o risco de reação pode ser drasticamente reduzido ou até inexistente.

Além disso, testes com crianças que já tinham histórico de alergia mostraram pouca ou nenhuma resposta alérgica ao peixe cultivado.
Isso não significa que todos os alérgicos poderão comer esses peixes sem preocupação. Mais pesquisas e aprovações regulatórias são necessárias. De qualquer forma, a equipe menciona que pode ser uma solução promissora para quem antes não podia consumir frutos do mar. O estudo completo pode ser acessado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.