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Pele de lula inspira material que regula temperatura de qualquer recipiente

Pele de lula inspira material que regula temperatura de qualquer recipiente
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Inspirados na pele de lulas, engenheiros da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos Estados Unidos, criaram um material adaptável que pode servir de isolamento térmico para copos, sacolas, caixas e até contêineres.

Trata-se de um filme refletidor infravermelho de polímero metalizado, que regula o calor por meio de estruturas metálicas ajustáveis, que podem se separar umas das outras ou se reunir, de acordo com os níveis de tensão. “As ilhas de metal em nosso compósito [materiais formados pela união de outros materiais] ficam próximas umas das outras quando o material é relaxado, e se separam quando ele é esticado, permitindo o controlar a reflexão e transmissão de luz infravermelha ou dissipação de calor”, explica, em comunicado, Alon Gorodetsky, professor de engenharia química e biomolecular da UCI. “O mecanismo é parecido ao de expansão e contração de cromatóforos na pele de uma lula.”

São as mudanças no tamanho dos cromatóforos (células cujo interior contém pigmentos que refletem a luz, dando-lhes cor) que faz com que as lulas consigam se camuflar. Foi tentando imitar essa abordagem que o time de pesquisadores conseguiu criar um material com “termorregulação ajustável”, segundo estudo publicado na última segunda-feira (28) no periódico Nature Sustainability.

Para comprovar que o filme podia controlar a temperatura de um recipiente, os cientistas fizeram testes em xícaras de café. Eles foram capazes de prever as mudanças na temperatura dos copos com precisão, mostrando como o material é estável e eficaz.

O método de produção do filme também é um ponto importante da invenção. Para fabricar o material, é preciso depositar um filme de cobre em um substrato reutilizável, como uma folha de alumínio, e depois pulverizar com várias camadas de polímero, tomando o tamanho que for necessário. As matérias-primas usadas na produção do forro (cobre e borracha) são bem acessíveis, podendo custar cerca de US$ 0,01 por metro quadrado.

“Foi um verdadeiro divisor de águas”, comenta Gorodetsky. “Trabalhamos com materiais e sistemas adaptáveis inspirados em cefalópodes há anos, mas só conseguíamos produzi-los para áreas pequenas. Agora finalmente há um modo de fabricar esse material em grande escala.”

Mohsin Badshah, principal autor do estudo, afirma que a invenção não é prejudicial ao meio ambiente. “O compósito pode ser reciclado. Basta remover o cobre com vinagre; o polímero elástico também pode ser reaproveitado”, explica.

“Há uma enorme variedade de usos para este material”, conta Gorodetsky. “Pense em todos os bens perecíveis que foram entregues nas casas das pessoas durante a pandemia. Qualquer pacote que precise manter uma temperatura específica pode ser forrado com nosso material. É algo que pode beneficiar muitos aspectos de nossa vida.”

Por Revista Galileu

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Trajano Xavier

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