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Pesquisadores encontram raridade no litoral paranaense: um guará branco

Pesquisadores encontram raridade no litoral paranaense: um guará branco
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Ao realizar mais uma das tantas saídas a campo para monitoramento da ave Guará Eudocimus ruber na baía de Guaratuba, os pesquisadores do Instituto Guaju, Edgar Fernandez e Fabiano Cecilio da Silva tiveram a grata surpresa de localizar e registrar uma raridade para o litoral paranaense no âmbito da ornitologia.

Ao realizar o registro dos hábitos alimentares, de forrageio e da contagem dos bandos de guarás, os mesmo registraram um Guará branco no meio de centenas de outros exemplares vermelho rubor, cor característica da espécie. A coloração diferenciada chamou a atenção dos pesquisadores, que após a conclusão do monitoramento voltaram para casa ainda sem ter a certeza do que de fato haviam registrado.

Após o envio das imagens aos renomados pesquisadores da ave no Brasil, Fábio Olmos e Pedro Scherer Neto, os mesmos relataram que trata-se de uma ave Guará adulta com “Leucismo” (não Albino), que consiste numa mutação genética caracterizada pela falta total ou parcial de pigmentos (melanina) que afeta a transferência e acumulação de pigmentos nas penas das aves, o que confirma a coloração esbranquiçada do exemplar registrado pelos pesquisadores. Segundo o pesquisador Edgar Fernandez foi realmente uma felicidade encontrar tão bela ave em meio a tantas outras, e ter o prazer de registra-la com sua lente.

Para Fabiano Cecilio que é diretor do Instituto Guaju este feito reforça a importância de tratarmos o retorno da ave Guará a baía de Guaratuba como um diferencial enquanto pesquisa, e que mesmo sem apoio financeiro de qualquer entidade o projeto Guará sobrevive há 11 anos, realizando saídas quinzenais que acompanham a espécie, que saiu do registro de um único exemplar em 2008, após 80 anos de desaparecimento da região, para registros fotográficos de mais de 4.000 aves aproximadamente nos últimos meses.

Em 2019, o projeto começou a ser acompanhado tecnicamente pela UFPR litoral através da professora Dra. Juliana Quadros e terá seus resultados apresentados no 3º Simpósio Brasileiro de Desenvolvimento Territorial Sustentável que ocorrerá em novembro junto a Universidade.

O instituto Guaju agradece ao esforço voluntário dos pesquisadores e destaca que o ganho com o retorno dos guarás a Guaratuba, é imensurável, pois além do resgate de um símbolo cultural do município, isto demonstra mais uma vez a qualidade ambiental da região, que deve ser considerada como um diferencial para o desenvolvimento sustentável, pois num futuro próximo poderemos ter passeios turísticos a baía para o avistamento desta bela ave.

Ressalta-se ainda, que a ave deve servir de exemplo quando se trata de exploração desordenada de uma espécie, haja vista que por conta da caça desmedida no período de colonização do município esta chegou próxima a extinção na região. Se não cuidarmos do modo com que exploramos os recursos naturais, isso poderá ocorrer com outras espécies. Agradecemos ainda, ao amigo Mateus Serafim da Silva que nos apoia nas saídas com emprego de sua embarcação.

Fonte: Instituto Guaju

Fotos: Edgar Fernandez/Instituto Guaju

 

 

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Trajano Xavier

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