Pesquisadores mexicanos criam concreto capaz de gerar energia elétrica
Limpa, renovável e cada vez mais barata para ser produzida, a energia solar é a energia do futuro. E o melhor é que a cada dia novas tecnologias aumentam a eficiência e o número de aplicações dela no nosso cotidiano.
O invento foi batizado de “Concreto Solar” pelos estudantes de doutorado Orlando Gutiérrez Obeso e Euxis Kismet Sierra, graduados em Tecnologia Avançada no Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica Azcapotzalco, do IPN.
No concreto, é aplicado o composto “perovskita”, mineral de óxido de cálcio e titânio mais barato que as tradicionais células solares de silício.
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Justamente por ser mais barato, é possível produzir o composto em grandes quantidades, tornando possível a utilização dele em grandes construções urbanas e pavimentações de estradas.
Orlando e Euxis explicam que usaram a “moagem de alta energia”, técnica que cria pó de cimento em escala nanométrica, com partículas centenas de vezes menores que um único centímetro.
Esse pó é sintetizado, dando origem à perovskita, que por fim é misturado ao óxido de titânio. Como resultado, cria-se a “Célula de Gratzel”, células solares orgânicas descobertas na década de 1990.
A célula de Gratzel é uma peça sólida de concreto (que contém elementos orgânicos) capaz de captar a radiação solar e gerar energia elétrica.
Para Orlando e Euxis, seu invento será um grande aliado na luta pela produção de materiais de construção mais ecológicos, em especial quando levamos em conta que quase 40% do total de emissões globais de CO2 relacionadas à energia provêm da construção civil.
Uso no dia a dia
Após anos de desenvolvimento, o concreto solar atende a diversos critérios estruturais que permitem que ele seja usado na construção de calçadas, pontes, lajes de fundação e paredes de edifícios e residências.
Além disso, o material não apenas é capaz de captar a luz solar, que é natural, como também a ultravioleta, que é artificial – aumentando sua eficiência em períodos em que ele não está exposto ao Sol.
Num futuro próximo, dizem os pesquisadores, as edificações poderão ser energeticamente autossustentáveis. “Estamos trabalhando para que isso seja uma realidade. O princípio teórico já temos e funciona. As células solares que conhecemos hoje, e estão no mercado, estavam no laboratório há 40 anos”, ressaltou Orlando.
Há quatro anos, enquanto ainda era um protótipo de laboratório, o concreto solar dos mexicanos foi reconhecido em uma premiação da Samsung, o “Solve For Problems”, que premia ideias ambiciosas e inovadoras para resolver grandes problemas do mundo.
Na época, o projeto foi selecionado na categoria “Energias renováveis e acessíveis”.
Fonte: Engenharia É