Território Secreto

sua fonte de notícias especiais

Plantas se espalham na Antártida e ilustram mudanças geradas pelo aquecimento

Plantas se espalham na Antártida e ilustram mudanças geradas pelo aquecimento
0Shares

Cientistas alertam que a explosão de espécies nativas, como o capim antártico, indica que as condições estão maduras para o estabelecimento de espécies invasoras — Foto: Nicoletta Cannone / Arquivo pessoal

As duas plantas com flores nativas da Antártida estão se espalhando rapidamente à medida que as temperaturas aumentam, de acordo com o primeiro estudo a desvendar como as mudanças nos frágeis ecossistemas polares aceleraram na última década.

O aumento de plantas desde 2009 foi maior do que nos 50 anos anteriores combinados, coincidindo com o rápido aumento da temperatura do ar e uma redução no número de focas, de acordo com os pesquisadores. Populações de erva-doce da Antártida (Deschampsia antarctica) e erva-pérola da Antártida (Colobanthus quitensis) têm sido avaliadas por cientistas desde 1960, e estudos descobriram que a erva-do-campo se espalhou cinco vezes mais rápido entre 2009 e 2018 do que entre 1960 e 2009. Para a erva-pérola, o aumento foi quase dez vezes maior.

“Os ecossistemas terrestres antárticos respondem rapidamente a esses estímulos climáticos”, disse a pesquisadora principal, Nicoletta Cannone, da Universidade de Insubria, na Itália. “Eu esperava um aumento dessas plantas, mas não dessa magnitude. Estamos recebendo várias evidências de que uma grande mudança está ocorrendo na Antártida”, afirmou ela ao jornal The Guardian.

A análise mostra que as focas influenciaram as mudanças de 1960 a 2009, enquanto o principal fator entre 2009 e 2018 foi o aumento da temperatura.

Espera-se que as tendências de aquecimento continuem, com mais áreas livres de gelo criadas nas próximas décadas, e os cientistas dizem que as descobertas são representativas dos processos que acontecem na região de forma mais geral. “Nossas descobertas apoiam a hipótese de que o aquecimento futuro desencadeará mudanças significativas nesses frágeis ecossistemas antárticos”, escreveram os pesquisadores no artigo, publicado na Current Biology.

0Shares

Trajano Xavier

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *