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Populações de ursos polares podem colapsar até 2100, aponta pesquisa

Populações de ursos polares podem colapsar até 2100, aponta pesquisa
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Segundo um novo estudo canadense, o aquecimento global é a principal causa: com geleiras derretendo, a busca desses animais por alimentos é cada vez mais ameaçada

Não é novidade que os ursos polares enfrentam dificuldades de sobrevivência por causa das mudanças climáticas. Mas um novo estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, alerta que esses animais podem deixar de existir ainda neste século.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Climate Change, aponta como principal fator o desaparecimento do gelo do Ártico — causado pelo aquecimento global — que afeta a busca desses animais por alimentos. A maior parte da dieta dos ursos polares consiste em focas, geralmente capturadas no gelo. Assim, quando há o derretimento de calotas polares, os ursos caçam e comem menos, ganhando menos peso e, consequentemente, passam fome.

A longo prazo, isso diminuirá a capacidade desses bichos de se reproduzirem e sobreviverem, pois terão que suportar períodos mais longos sem comida. “O desafio é que o gelo continue desaparecendo à medida que o mundo se aquece”, afirma, em comunicado, o principal autor da pesquisa, Péter Molnár.
A equipe realizou o trabalho em três etapas. Primeiro, os cientistas descobriram quantos dias os ursos podem sobreviver em jejum e, depois, eles estimaram qual será o período de jejum das próximas gerações com base em modelos climáticos de perda de gelo. Por fim, foi calculado quanto tempo os ursos podem ficar sem comida e nutrir seus filhotes.
O resultado, como era de se esperar, não foi positivo: se o aquecimento global continuar na sua taxa atual até o fim do século, a perda de gelo do mar do Ártico levará ao declínio acentuado na reprodução e sobrevivência de quase todas as populações de ursos polares que vivem no local. Além disso, os pesquisadores descobriram que alguns limites de jejum já foram ultrapassados ​​em várias populações, o que pode explicar as baixas taxas de reprodução atuais.

“Embora nossas projeções para o futuro dos ursos polares pareçam terríveis, o lamentável é que elas podem até ser otimistas demais. Por exemplo, supomos que os ursos polares usariam sua energia corporal disponível de maneiras ideais ao jejuar. Se não for esse o caso, a realidade poderá ser pior do que nossas projeções”, adverte Molnár.

Fonte: Revista Galileu

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Trajano Xavier

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