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Projeto de conservação no Camboja faz crocodilos siameses reaparecerem na natureza após décadas

Projeto de conservação no Camboja faz crocodilos siameses reaparecerem na natureza após décadas
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Graças aos esforços da população local e de um programa de reintrodução, a população selvagem da espécie subiu para cerca de 300 indivíduos

Nas remotas montanhas do sudoeste do Camboja, a comunidade acredita que os crocodilos são sagrados. Por lá, um dos répteis mais raros da Terra, o crocodilo siamês, foi por décadas alvo da caça furtiva em razão da sua pele e carne, ao ponto da espécie ser considerada extinta na natureza em 1990. No entanto, alguns deles sobreviveram na região e alguns indivíduos foram redescobertos nos anos 2000.

Desde então, a população local e conservacionistas realizam esforços para conservar a espécie. Uma das medidas é a patrulha regular para protegê-los de caçadores furtivos e outras ameaças. Em 2022, um projeto bem-sucedido introduziu mais crocodilos siameses na natureza do que nunca e pela primeira vez os levou para outra parte de Camboja, onde eles já haviam habitado antes da extinção. Ao todo, 15 animais foram recebidos na Reserva de Vida Selvagem de Siem Pang, no norte do país.

Temos um longo caminho a percorrer, mas o possível retorno do crocodilo siamês pode ser a história de conservação mais bem-sucedida do Camboja”, diz Pablo Sinovas, líder do programa Cambodia para a Fauna & Flora International, ao The National Geographic. 

A organização sem fins lucrativos é uma das que atua na reintrodução dos animais. Na última década, a maioria dos crocodilos siameses introduzidos no cardamomos veio de um pequeno programa de reprodução.

Segundo ambientalistas, os avanços nos testes genéticos ajudaram na identificação de crocodilos adequados para soltura e o rastreamento por satélite dos que foram reintroduzidos melhora os esforços de proteção. Com o projeto, a população selvagem da espécie subiu para cerca de 300 indivíduos, mas a expectativa é aumentar ainda mais as taxas de reintrodução para garantir a diversidade genética e sua sobrevivência.

A organização conta que os moradores locais também celebram os esforços de proteção, especialmente porque os gastos com conservação na área ajudaram a apoiar novas infraestruturas — incluindo um templo budista e uma escola. Além disso, os aldeões são recompensados financeiramente quando relatam avistamentos de ninhos de crocodilos e ovos. Como parte do programa-piloto, há planos para liberar mais 20 crocodilos em um local próximo da reserva Siem Pang no próximo ano.

Em última análise, queremos ver uma população de crocodilos siameses autossustentáveis aqui como parte de um ecossistema aquático saudável”, diz Jonathan Eames, CEO da Rising Phoenix, ao The National Geographic.

Daqui para frente, especialistas acreditam que a paisagem natural do Camboja deve voltar a ter seus históricos crocodilos.

Fonte: Um Só Planeta

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Trajano Xavier

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