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Projeto no interior de SP ajuda agricultores a reciclar embalagens de agrotóxicos

Projeto no interior de SP ajuda agricultores a reciclar embalagens de agrotóxicos
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No interior de São Paulo, um projeto tem ajudando agricultores a reciclar embalagens de agrotóxicos.

Na propriedade do produtor rural Micael Ribeiro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, dá gosto ver a variedade de verduras: chuchu, couve-flor, abobrinha. O produtor diz que usa o mínimo possível de defensivos para evitar pragas.

“O defensivo que a gente usa mais é para combater as broquinhas que a gente pode estar furando algumas abobrinhas. Se não bater, como se diz, a gente nem colhe, porque hoje as pragas aumentaram demais”, diz Micael.

Em 2022, o Ministério da Agricultura autorizou o registro de 652 novos agrotóxicos. É o maior número de pesticidas já cadastrado desde o início da série histórica anual. As milhares de toneladas de produtos químicos usados na agricultura precisam de embalagens especiais. Por lei, os compradores devem devolver os recipientes vazios até um ano após a compra. O local de entrega está indicado na nota fiscal.

Em 2022, o Ministério da Agricultura autorizou o registro de 652 novos agrotóxicos — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Em 2022, o Ministério da Agricultura autorizou o registro de 652 novos agrotóxicos — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Em todo o país, existem cerca de 400 pontos de coleta, como um em São Joaquim de Bicas, na Grande Belo Horizonte. Lá, eles recebem as embalagens vazias, fazem a separação, a compactação e depois encaminham para unidades de reciclagem. Em 2 anos, a quantidade de materiais que tiveram a destinação correta no Brasil saltou de 3,8 mil toneladas para mais de 52 mil.

Em uma fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo, 93% das embalagens são transformadas em 33 produtos – como tubos de esgoto, caixas de bateria automotiva – e também em novas embalagens de defensivos e de óleo lubrificante. 7% das embalagens feitas de plástico flexível são incineradas. A tecnologia para a reciclagem desse tipo de material está em processo de licenciamento, segundo a direção da empresa.

“Tinham embalagens que eram queimadas, embalagens que eram reutilizadas, embalagens que eram enterradas. E vendo aquele problema, surgiu-se a ideia de criar uma unidade de recebimento para os agricultores devolverem as embalagens, os distribuidores receberem e depois a indústria fazer a destinação final”, conta Antônio Carlos do Amaral, gerente de Operações do inpEV.

Um decreto federal determina que quem deixa de dar destinação ambientalmente adequada às embalagens está sujeito a receber multa que varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

Integrantes do Projeto Manuelzão, da UFMG, que trata de assuntos ambientais, afirmam que quem não segue as regras pode acabar provocando um grande estrago.

“Se ele não tiver bem armazenado, devidamente acondicionado, pode contaminar, por exemplo, um curso d’água. E aí você provocar a mortandade de peixe, pode disseminar essa contaminação pelo ambiente. E aí você terá um efeito difuso que contamina uma proporção muito maior na natureza”, explica Marcus Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão.

Fonte:  Jornal Nacional
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Trajano Xavier

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