Projeto vai restaurar 164 hectares do Parque Estadual do Jurupará
O Parque Estadual do Jurupará, em Ibiúna, interior de São Paulo, tem 26 mil hectares e é uma área muito importante para a conectividade entre remanescentes de Mata Atlântica.
Com grandes espaços passíveis de restauração florestal, o local tem uma área de aproximadamente 164 hectares onde há fragmentos de até 19 hectares, cerca de 19 campos de futebol, de áreas que precisam ser restauradas, além de pontos a receber enriquecimento com espécies nativas.
A boa notícia é que um projeto de recuperação desta área já começou, graças à uma parceria da Iniciativa Verde, organização direcionada para a restauração florestal, combate às mudanças climáticas e desenvolvimento rural sustentável, com a Reservas Votorantim.
4 anos de restauração
A ação teve início em março de 2021 e durará quatro anos. A primeira fase será por meio de um projeto piloto com duração de um mês e meio, em que será realizado um plantio de 5,3 mil mudas de espécies nativas em uma área de 3,3 hectares.
Posteriormente, serão aplicadas diferentes metodologias, como manejo, enriquecimento da floresta, plantio direto de mudas, semeadura de nativas e adubação verde, condução de regeneração, e, a partir das necessidades das áreas do parque, as técnicas que apresentarem melhores resultados serão usadas.
“Proporcionar a recomposição de áreas degradadas requer alguns cuidados, como a análise do entorno e a especificação da vegetação original do local, conhecida como bioma”, explica Maria Angelica Toledo, coordenadora do Centro de Biodiversidade do Legado das Águas e responsável técnica pelo projeto de reflorestamento.
“Nossa equipe buscou em nosso viveiro de plantas nativas da Mata Atlântica as espécies ideais para iniciar a recuperação da área, mantendo a característica da vegetação. O plantio das árvores é uma das metodologias adotadas pela equipe para recuperação de florestas, proporcionando um primeiro recobrimento da área exposta”, explica a coordenadora.
Além de crescer e sombrear o solo, preparando-o para a germinação das próximas espécies, as árvores plantadas irão incentivar a visitação de animais, que, por sua vez, contribuem com dispersão de sementes e diversidade para floresta.
“A expectativa, no médio prazo, é que árvores maiores possam crescer e serem avistadas no local e, a longo prazo, a continuidade do ciclo, com novas mudas crescendo à sombra dessas árvores”, complementa. Considerando os critérios de compensação de carbono, calcula-se a absorção de 176 quilos de carbono por árvore, em média, na Mata Atlântica. Assim, a ação vai resultar na absorção de um total de 17,5 toneladas carbono em um período de 20 anos. O plano contará com uma segunda fase, com o plantio de mais mudas.
Por Ciclovivo