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Quantidade de neve no planeta está diminuindo, segundo estudo

Quantidade de neve no planeta está diminuindo, segundo estudo
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Um novo estudo aponta que as mudanças climáticas afetaram os padrões de neve em todo o Hemisfério Norte, resultando em grandes declínios no acúmulo de neve em pelo menos 31 bacias hidrográficas. Esse cenário tem graves implicações para o equilíbrio da Terra, podendo gerar escassez hídrica em vários pontos do planeta.

Declínio acentuado no acúmulo de neve

  • Foram analisadas mais de 160 bacias hidrográficas para saber quanto de neve restava em março (ao final do inverno no Hemisfério Norte) de cada ano entre 1981 a 2020.
  • Em cerca de 20% dessas áreas, foram verificados declínios claros e que podem ser atribuídos às mudanças climáticas.
  • O Nordeste e o Sudoeste dos Estados Unidos, assim como grande parte da Europa, são as áreas mais afetadas.
  • Ainda de acordo com os pesquisadores, essas mudanças não foram uniformes ou lineares em todo o mundo.
  • Mesmo com o aumento das temperaturas, locais mais frios podem não ultrapassar o ponto de congelamento da água (0°C), o que significa que não perderão grande quantidade de neve.
  • No entanto, o estudo descobriu que depois que uma área atinge uma temperatura média de inverno de -8°C, as perdas aceleram exponencialmente.
  • As informações são da Folha de São Paulo

Falta de água e impactos para o turismo

Em grande parte do Oeste dos Estados Unidos, o acúmulo de neve historicamente atuou como um reservatório congelado, que armazena água durante o inverno e a libera na primavera e no verão, quando a demanda é maior. Quando ela não se acumula durante o inverno, no entanto, as secas durante o verão podem ser acentuadas.

No Nordeste, a neve é menos importante para o abastecimento de água, mas é a base para a recreação de inverno, turismo e cultura.

No estudo, os pesquisadores combinaram dados existentes de acúmulo de neve, temperatura e precipitação para reconstruir os padrões de acúmulo nos últimos 40 anos.

Eles também fizeram um modelo hipotético sem mudanças climáticas, ao longo do mesmo período, para ver se retirar o aquecimento global da equação produziria resultados significativamente diferentes. Isso aconteceu em 31 das bacias hidrográficas estudadas, ou cerca de 20% do total, o que significa que a influência das mudanças climáticas é clara nesses lugares.

“Há algumas bacias hidrográficas onde vemos esse sinal muito claro. Elas aqueceram além do ponto de virada de -8°C. Como os seres humanos tendem a viver em lugares com climas mais amenos, essas regiões mais quentes são aquelas com as maiores populações. Com um aquecimento adicional, você terá cada vez mais dessas bacias hidrográficas altamente povoadas empurradas além desse limite.” – Alexander Gottlieb, autor principal do estudo

Os pesquisadores explicam que, a curto prazo, as mudanças climáticas podem criar um acúmulo de neve mais profundo devido a nevascas causadas pelo aumento da precipitação, mas, com temperaturas mais quentes, essa neve provavelmente vai derreter mais rápido e pode não permanecer no solo.

Ao contrário do acúmulo de neve, a cobertura de neve pode ser medida de forma confiável por satélites. Ao analisar os dados, os cientistas de um outro estudo descobriram que ela diminuiu cerca de 5% anualmente de 2000 a 2023.

Embora estudar o acúmulo de neve seja útil para revelar as consequências potenciais para o abastecimento de água, estudar a cobertura de neve ilumina outro problema: a neve branca reflete a luz solar de volta para a atmosfera, enquanto o solo escuro exposto absorve a luz solar. Portanto, uma vez que o acúmulo de neve cai a ponto de não haver mais neve no solo, um ciclo de retroalimentação aquece ainda mais o planeta.

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Trajano Xavier

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