Quatro novas colônias de pinguins-imperadores descobertas na Antártida
Quatro novas colônias de pinguins-imperadores foram avistadas na Antártida, em imagens de satélite, elevando para 66 o registo de locais de nidificação desta espécie classificada como “quase ameaçada” de extinção.
Alguns pinguins-imperadores, os maiores do mundo, estão a transferir as suas colónias para outros locais, uma vez que o colapso de gelo marinho provocado pelo aquecimento climático ameaça os locais de reprodução, segundo a investigação divulgada pela revista Antarctica Science.
Uma colónia de pinguins perto da Baía Halley parece ter-se deslocado cerca de 30 quilómetros para leste, segundo Peter Fretwell, investigador do British Antarctic Survey, que explicando que as condições instáveis a partir de 2016 tornaram o antigo local perigoso.
“Os pinguins-imperadores decidiram tentar encontrar gelo marinho mais estável”, afirmou o investigador, considerando que as quatro colónias recém-descobertas poderão existir há anos, mas os cientistas ainda não as tinham descoberto.
Na maioria, as colónias descobertas são pequenas, com menos de mil casais reprodutores cada uma, disse Peter Fretwell.
As colónias agora descobertas não alteram muito as estimativas populacionais globais – de menos de cerca de 300 mil casais reprodutores – mas ajudam os cientistas a compreender para onde os pinguins podem estar a deslocar-se, disse o investigador.
Os satélites foram a técnica escolhida para encontrar imperadores, sendo as colónias rastreadas por manchas no gelo branco. Se os pássaros se reunirem em número grande o suficiente, a mancha é visível até mesmo do espaço.
Uma outra investigação liderada por Peter Fretwell, divulgada em agosto passado, estimou a morte de cerca de 10 mil crias de pinguim-imperador no final de 2022, na Antártida, devido ao colapso do gelo marinho, fenómeno também analisado por imagens de satélite de cinco colónias da espécie na região do mar de Bellingshausen, na Antártida Ocidental.