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Rápida restauração de recifes de ostras dá esperança para o futuro dos ecossistemas marinhos

Rápida restauração de recifes de ostras dá esperança para o futuro dos ecossistemas marinhos
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Após um século de extinção funcional no continente australiano, um recife de ostras plano foi restaurado com sucesso ao longo da costa metropolitana de Adelaide, na Austrália.

investigação efetuada por cientistas marinhos da Universidade de Adelaide revelou que a espantosa recuperação ecológica ocorreu no espaço de dois anos e meio após a construção do recife, dando esperança para o futuro dos ecossistemas marinhos em todo o mundo.

“No final de 2020, foram construídos 14 recifes de rochas calcárias ao longo da costa mais movimentada do Sul da Austrália e foram necessários apenas dois anos e meio para que o habitat se tornasse uma próspera metrópole marinha”, afirma Dominic McAfee, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Adelaide.

“A taxa de recuperação desta restauração em particular mostra que mesmo os sistemas marinhos fortemente degradados podem reter uma resiliência latente que nos permite obter recuperações ambientais rápidas através de esforços de restauração eficazes”, acrescenta.

Não havendo ecossistemas funcionais de recifes de ostras planas no continente australiano, a equipa de investigação de McAfee utilizou como modelos de referência os ecossistemas de recifes rochosos locais e o único recife de ostras planas ainda existente na Austrália, localizado na Tasmânia.

“No recife restaurado, observámos densidades de ostras planas adultas nativas restauradas que excederam as densidades observadas no recife natural da Tasmânia”, afirma McAfee.

“As comunidades de macroinvertebrados na restauração do recife representaram aproximadamente 60% da biodiversidade observada em sistemas de referência de recifes rochosos saudáveis, enquanto as funções ecológicas, como a alimentação por filtragem, estão comprovadamente a aumentar”, acrescenta.

Segundo o investigador, “a taxa de recuperação deste ecossistema bentónico demonstra a resiliência latente das comunidades de ostras degradadas e a capacidade de restauros marinhos eficazes para obter recuperações ecológicas rápidas.”

85% dos recifes de ostras perderam-se

Embora os recifes de ostras já tenham sido frequentes ao longo da costa sul da Austrália e tenham criado ecossistemas de recifes temperados, tornaram-se cada vez mais raros em todo o mundo.

“As actividades humanas destrutivas, como a dragagem do fundo do mar, que arrasa comunidades marinhas inteiras, transformaram os fundos marinhos em habitats estruturalmente simplificados, com poucos substratos de assentamento ou ostras adultas localizadas para a recuperação de sementes”, afirma McAfee.

“Globalmente, 85% dos recifes de ostras perderam-se e, em muitas costas, estes ecossistemas foram quase destruídos”, revela.

Os recifes são particularmente importantes pela função que as ostras desempenham no ecossistema.

“As ostras são super-heróis ecológicos que funcionam como as árvores numa floresta ou os corais nos mares tropicais”, explica McAfee, sublinhando que “fornecem habitat a muitos outros animais marinhos, aumentam a produção de peixe, protegem as linhas costeiras das tempestades e até limpam a água com a sua alimentação filtrante”.

McAfee afirma que os resultados deste projeto terão implicações para os ecossistemas de recifes de ostras perdidos em todo o país.

“Perdemos recifes de ostras ao longo de milhares de quilómetros da costa australiana. Esta rápida recuperação mostra que podemos trazê-los de volta rapidamente e pode servir de modelo para outros projectos sobre como trazer estes recifes de volta”, conclui.

Os resultados da recuperação dos recifes foram publicados na revista Restoration Ecology.

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Trajano Xavier

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