Resgatada no Brasil, onça-pintada em extinção é solta no Pantanal e se torna 1ª da espécie a poder viver livre na natureza em 70 anos
A onça-pintada Jatobazinho foi solta no Pantanal de Iberá, na Argentina, no começo deste ano, graças a uma iniciativa do Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Em extinção, ele é o primeiro macho a ter a oportunidade de viver livre na região após 70 anos.
Encontrado próximo a uma escola, na fronteira com o Brasil, em 2019, o animal foi resgatado pelas autoridades brasileiras e uma ONG local fez os atendimentos médicos. Meses depois, ele foi levado ao Centro de Reintegração de Onças-Pintadas do Parque Iberá e sua presença no local foi fundamental para o nascimento de quatro filhotes.
A ação do Pnuma busca proteger a espécie. Apenas na Argentina, mais de 95% do habitat dos grandes felinos foi perdido devido ao aumento da urbanização, projetos de infraestrutura, agricultura e pecuária. O programa em Iberá busca recuperar o papel ecológico de seu principal predador.
O projeto, realizado com o apoio da ONG Global Environment Facility, é o maior esforço de conversação da onça-pintada do país. O principal objetivo é reduzir o declínio da espécie adotando medidas contra a predação para evitar conflitos entre homens e onças. Na prática, as medidas ajudam a proteger o gado das onças. Cercas elétricas, monitoramento com armadilhas fotográficas e outras tecnologias auxiliam no posicionamento de pastagens e na modificação dos padrões de rotação do gado.
A última COP da Biodiversidade, que aconteceu em agosto de 2021, reafirmou a urgência de reverter a perda de biodiversidade até 2030, minimizando a degradação de ecossistemas e contendo as mudanças climáticas para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Espécies-chave, como a onça-pintada, o maior felino das Américas, desempenham um papel fundamental na estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Segundo o Pnuma, seu retorno à natureza restaura a saúde e a integridade das florestas, componentes essenciais que ajudam a mitigar a perda global de biodiversidade e as mudanças climáticas.
Com informações de ONU News
Foto: Reprodução/Victor Utreras