Diversos objetos foram criados a partir de restos de construção
Conectar o passado e o futuro era o objetivo do Projeto ERA, fruto da parceria entre a Simbiose Design e a ONG CERVH. Juntas, as equipes criaram objetos surpreendentes a partir de restos de construção do Museu Paulista (Ipiranga), que está fechado para obras desde 2013 em São Paulo.
“Ao realizar a reforma, restauração ou ampliação em edifícios de valor histórico, muitos materiais originais decorrentes de partes demolidas são desperdiçados. Tijolos de olaria, azulejos de época, telhas de barro entre outros materiais construtivos tradicionais, que caracterizam a arquitetura brasileira de uma determinada época, que só são reservados quando em peças inteiras, caso contrário, são destinados para aterros sanitários”, explicam.
Dentre as peças construídas está o troféu ERA9879AC, feito para homenagear os profissionais que participaram da CASACOR São Paulo 2021.
Os três primeiros números de ERA (987) referem-se a uma análise pela qual o material reciclado foi submetido, original do patrimônio histórico Museu do Ipiranga, que passou por ampliações recentes. O quarto número (9), significa a quantidade de tonalidades desta materialidade histórica preservadas visualmente no design.
Já a letra A representa o processo de produção das peças que é artesanal realizado pelas mãos cuidadosas da ONG CEVH e, por fim, a letra C representa esta edição especial para CASACOR. Por meio do Projeto ERA, pelas mãos de sua Coordenadora Técnica Raquel Bassani, foram confeccionadas 80 peças únicas com material original do Museu Paulista (Ipiranga) de 1895, recicladas e ressignificadas com design multifuncional de estatuetas.
Cada uma destas peças possui numeração própria, e acompanham certificado de autenticidade de origem. Assim, é possível saber o valor histórico da matéria prima que originou a peça e também reconhecer o artesão que a confeccionou.
Passado, futuro e sustentabilidade
Um dos aspectos mais interessantes do Projeto ERA é a dualidade que os objetos confeccionados carregam consigo: de um lado as memórias e a ancestralidade daquilo que foram originalmente, do outro o novo significado e função no universo contemporâneo.
O processo de reaproveitamento dos resíduos (que seriam descartados) também traz à tona o debate acerca da sustentabilidade.
“Acreditamos que estas peças que unem sustentabilidade, design, memória histórica e contemporaneidade são o verdadeiro espírito do novo Museu Paulista e que seus visitantes gostariam de levar uma parte dessa história para casa. Sendo assim, propomos ao Museu uma parceria no sentido de desenvolver o design da linha de objetos, utilitários e/ou decorativos, e a confecção artesanal das peças, sendo a nossa matéria prima o descarte proveniente da aplicação”, afirma a Simbiose Design.
Fonte: CicloVivo