Sem casa e na lista vermelha: subida do nível do mar coloca dragão-de-Komodo em risco de extinção
As mudanças climáticas ameaçam a existência de alguns animais e o dragão-de-Komodo é agora oficialmente um deles. A espécie entrou na lista vermelha de animais em risco de extinção devido ao aumento do nível do mar.
A inclusão do maior lagarto do mundo na chamada “Lista Vermelha” foi feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que mantém atualizada a relação de animais ameaçados de extinção. A atualização foi feita no Congresso de Conservação Mundial realizado neste mês em Marselha, na França.
O mais recente levantamento da IUCN reúne 138.374 espécies de plantas, animais e fungos, dos quais mais de um quarto estão atualmente ameaçados de extinção. Atualmente, 33% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 12% das aves estão ameaçados de extinção.
Natural da Indonésia, o dragão-de-Komodo é conhecido por ser o maior lagarto do mundo, podendo chegar a 3 metros de comprimento e pesar até 160 quilos. Com população em declínio, atualmente há apenas 1.383 animais adultos no mundo.
Segundo a IUCN, nos próximos 45 anos o aumento do nível do mar pode reduzir cerca de 30% do habitat natural da espécie. Isso poderia comprometer a manutenção e reprodução desses animais, uma vez que seus hábitos não incluem viver em locais cuja altitude esteja acima de 700 metros do nível do mar.
“A ideia de que esses animais pré-históricos deram um passo mais perto da extinção devido em parte à mudança climática é assustador”, disse Andrew Terry, diretor de conservação da Sociedade Zoológica de Londres, à Reuters.
O aumento do nível do mar também pode afetar espécies marinhas, mas ainda não é possível precisar o impacto. Por isso, a IUCN está intensificando o monitoramento de como corais e caramujos de águas profundas, para ver como eles são afetados.
“As espécies oceânicas tendem a ser negligenciadas porque estão debaixo d’água e as pessoas realmente não prestam atenção ao que está acontecendo com elas”, disse Craig Hilton-Taylor, chefe da unidade da Lista Vermelha da IUCN, à Reuters.
Por G1