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Sociobiodiversidade do Cerrado é tema de levantamento publicado pelo WWF-Brasil

Sociobiodiversidade do Cerrado é tema de levantamento publicado pelo WWF-Brasil
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Apesar de ser o segundo maior bioma tanto da América do Sul como do Brasil, o Cerrado – também chamado de savana brasileira – é ainda pouco conhecido por parte da população brasileira. Atualmente, o bioma sofre com a perda de suas riquezas naturais e com o avanço do desmatamento, o que impacta diretamente o ecossistema e eleva o risco de extinção de espécies nativas. Para que as pessoas tenham conhecimento do que está em risco, mas também para mostrar seu potencial econômico, o WWF-Brasil acaba de lançar o Catálogo de Produtos da Sociobiodiversidade do Cerrado. O objetivo é divulgar as possibilidades de uso sustentável dos recursos naturais do bioma, além de apresentar os principais empreendimentos comunitários do Cerrado. A ideia é fomentar uma maior abertura de mercado e de geração de renda para os povos e as comunidades locais.

“Estamos falando de um bioma com uma área de 2.036.448 km2, ou seja, cerca de 23,9% do território brasileiro – alcançando 11 estados e o Distrito Federal – sendo superado apenas para a Amazônia, em termos de extensão. Apesar disso, poucos conhecem a riqueza da biodiversidade do Cerrado. Estima-se um total de 12 mil espécies vegetais e uma variedade de frutos com alto potencial nutritivo e comercial. O trabalho apresentado neste catálogo visa contribuir para uma maior valorização do Cerrado e de seus respectivos povos e comunidades tradicionais, além de apresentar o grande potencial de seus produtos em termos de uso comercial e alimentação humana”, diz Ana Carolina Bauer, analista de Conservação do WWF-Brasil.

Entre as espécies nativas destacadas no levantamento, estão araticum, babaçu, bacuri, baru, buriti, cagaita, cajuí, capim dourado, coquinho-azedo, fava-d’anta, gueroba, jatobá, jenipapo, licuri, macaúba, mangaba, murici, pequi, pitomba e umbu. São frutos que podem ser comercializados in natura ou como ingredientes de diferentes produtos como licores, doces, geleias, mingaus, bolos, sucos, sorvetes e aperitivos. Eles também podem ser usados em produtos do ramo cosmético e farmacêutico, além de artigos artesanais e para geração de energia. Para auxiliar o público em geral, empresas e outras organizações interessadas, o material traz uma descrição sobre uso, comercialização, além de informações técnicas, como nome científico, safra, área de ocorrência, utilização mais comum e importância econômica. “O nosso objetivo é a valorização desse patrimônio natural e acreditamos que a base de tudo isso está no conhecimento e no compartilhamento de informações”, comenta Ana Carolina.

A segunda parte do Catálogo de Produtos da Sociobiodiversidade do Cerrado traz o mapeamento de alguns empreendimentos comunitários que comercializam os produtos locais, além de informações gerais, relação dos produtos e o contato comercial. Ao todo são 60 pontos distribuídos no Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí e Tocantins, incluindo associações e cooperativas, formados por lideranças indígenas, mulheres e comunidades tradicionais, que atuam da produção até a comercialização dos frutos nativos.

“Os povos e comunidades tradicionais do Cerrado têm um papel fundamental, pois envolvem toda a cadeia extrativista e promovem a conservação e o uso sustentável da biodiversidade local. E isso impacta diretamente na qualidade de vida dos povos tradicionais, e na oportunidade de novas gerações de renda. E este é o propósito do nosso levantamento: apoiar as comunidades tradicionais, sem perder a essência de suas tradições e cultura. É trabalhar em prol de um futuro mais saudável, onde as pessoas e a natureza possam viver de maneira sustentável e com harmonia”, finaliza.

O pequi, importante para a renda de comunidades do Cerrado, é uma das especies mais ameaçadas pelas mudanças climáticas – Foto: André Dib / WWF-Brasil
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Trajano Xavier

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