Tráfico de animais selvagens tem dados alarmantes no Brasil e no mundo
O tráfico de animais oferece um grande risco à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico de ecossistemas. Ainda assim, é a terceira maior atividade ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.
De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), o comércio ilegal de animais movimenta 2 bilhões de dólares por ano no Brasil.
A questão é que 9 de cada 10 animais traficados morrem antes mesmo de chegar às mãos do consumidor final. Isso ocorre, principalmente, devido à falta de cuidado dos traficantes que ganham por volume de animais traficados.
Uma vez capturados, os animais são vítimas de diferentes agressões durante o transporte: são armazenados em gaiolas compartilhadas, lotadas, sem espaço para locomoção e acabam morrendo de fome.
Evidência disso é o dado de que de cada 20 animais capturados pelo tráfico ilegal no Brasil, apenas um é resgatado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ou em operações da Polícia Federal.
O fato é que a lei brasileira ainda deixa a desejar: a Lei Federal de Crimes Ambientais não apresenta uma definição exata do crime de tráfico de animais, pouco diferenciando quem mantém animais em cativeiro ilegal de traficantes profissionais e recorrentes.
Como consequência, há uma baixa priorização do combate pelas forças policiais, o que dificulta a detecção das redes de tráfico de fauna silvestre. Quando ocorre alguma interceptação, no máximo há apreensão dos animais e produtos ilegais de fauna, sem outros desdobramentos.
Portanto, é essencial que as legislações nacionais sejam atualizadas para contemplar o tráfico de animais silvestres com a seriedade devida, considerando o impacto negativo que a atividade gera no meio ambiente.
Tipos de tráfico de animais
Existem quatro tipos de tráfico de animais. Confira:
– biopirataria ou tráfico para fins científicos, como a realização de pesquisas;
– venda em pet shops: tráfico movimentando sob demanda pela venda ilegal de animais silvestres;
– colecionadores particulares;
– produção de subprodutos: partes dos animais são utilizadas para produção de adornos e artesanatos – penas, couro, pele, presas, entre outras são comercializadas ilegalmente.
Como denunciar
Caso você identifique uma situação irregular relacionada a animais silvestres, é possível fazer uma denúncia de forma anônima ou não. Confira alguma orientações:
1. Suspeita de tráfico de animais: entre em contato com a Linha Verde do IBAMA (0800 61 8080), passe as informações e solicite auxílio sobre as atitudes que podem ser tomadas;
2. Caso você presencie o tráfico de animais, registre o máximo de informações possíveis, como local da ação, placa dos veículos envolvidos, características das pessoas envolvidas, quais animais, dentre outras informações;
3. Caso seja avistado algum animal silvestre perdido ou correndo riscos, entre em contato com os órgãos competentes imediatamente para que o resgate e captura sejam feitos da maneira correta. Nunca tente resgatar o animal sozinho.
Fontes: O Eco | CNN Brasil | Renctas