Veterinária de SP implanta de graça próteses de resina em bicos e patas de animais feridos
Maria Ângela Panelli é a fada madrinha dos pássaros que precisam de uma ajudinha para voltar à natureza cheios de vida. Há mais de um ano a médica veterinária cuida dos animais que perderam o bico ou pata após acidentes. Ela reconstitui as partes afetadas, reabilita os bichinhos e os devolve ao meio ambiente.
Panelli é especialista em ortopedia animal e realiza esse trabalho em sua clínica, em Barretos (SP). A veterinária cria próteses de resina plástica feitas à mão e molda diretamente nos animais, em cirurgias que duram cerca de duas horas.
“Eu fico imaginando que estamos invadindo o local deles, com aquelas construções maravilhosas, com bastante vidro ou uma parede branca, e eles não enxergam tudo isso. Ou seja, aquele local que estavam acostumados a passar é interrompido de repente por uma parede de vidro, aí eles arrebentam os bicos, quebram as asas e tudo mais”, diz.
A prótese pode durar a vida toda. Cada cirurgia custa entre R$ 1 mil e R$ 1.500. “Próteses para animais ainda são raras no Brasil, por isso acaba sendo uma cirurgia de custo elevado. É um trabalho feito totalmente à mão. É totalmente artesanal. Dessa forma conseguimos um resultado mais confortável para os animais. Faço gratuitamente por amor, e porque visamos ao bem-estar desses animais.”
O processo usa material em acrílico e fios metálicos para sustentar as próteses no osso dos animais, seja na pata ou no bico.
“A ave usa muito o bico para se locomover e para comer. Então, tem que ser uma forma que ela fique, realmente, incrustada no bico. Por isso, utilizamos os implantes metálicos. É vida nova para a ave, mais conforto, com certeza”, avalia a médica veterinária.
Vários animais já receberam a ajuda da veterinária. Entre eles, papagaios, periquitos, curiacas e até gaviões. Um deles é o Rambo, um gavião encontrado em um galinheiro com o bico quebrado e sem uma pata.
“Ele perdeu uma batalha, mas a guerra não vai perder não, porque, já está se alimentando sozinho e agora é questão de tempo para se adaptar com a prótese”, disse o presidente da ONG que o encontrou, Paulo Roberto Martins.
“É um sentimento maravilhoso. A gente se emociona quando vê o bicho podendo ter um pouco de conforto novamente. No estado que eles chegam à clínica, muitos certamente iriam a óbito”, finalizou Panelli. “Voa, Planeta!”
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Fonte: G1 / Folha de São Paulo