“Imagine um caminhão que emite apenas vapor d’água, produz sua própria eletricidade a bordo e tem autonomia de até 1.000 km. Isso é possível com células de combustível movidas a hidrogênio, e a Volvo Trucks começou a testar veículos usando essa nova tecnologia”, destacou a montadora, em nota enviada à imprensa especializada.
Atualmente, a empresa já oferece uma linha de caminhões elétricos a bateria, além de modelos movidos a gás.
Mas, de 2025 em diante, a montadora vê o uso de caminhões a hidrogênio crescendo, por isso, já está trabalhando na tecnologia.
“Estamos desenvolvendo essa tecnologia há alguns anos e é ótimo ver os primeiros caminhões rodando com sucesso na pista de testes. A combinação de bateria elétrica e célula de combustível elétrica permitirá que nossos clientes eliminem completamente as emissões de CO2 de seus caminhões, independentemente das atribuições de transporte”, diz Roger Alm, presidente da Volvo Trucks.
Com os tanques completamente cheios de hidrogênio, em condições ideais esses caminhões poderão rodar mais de 1.000 km, com tempo médio de abastecimento de apenas 15 minutos.
Como reduz a quantidade de baterias utilizadas, reduzindo o peso total do veículo, há um ganho significativo na carga transportada em relação aos modelos elétricos.
Os novos caminhões devem ter um peso bruto total de 65 toneladas, com potência de 300 kW (407 cavalos), com energia fornecida por duas células de combustível.
Para os próximos dois anos, a Volvo espera iniciar testes em operações reais com vários clientes europeus.
“Os caminhões elétricos movidos com células de combustível a hidrogênio serão especialmente adequados para longas distâncias e tarefas pesadas e exigentes em energia. Eles também podem ser uma opção em países onde as possibilidades de carregamento da bateria são limitadas”, diz Alm.
Daimler na jogada
As células de combustível desses caminhões estão sendo desenvolvidas há alguns anos pela Cellcentric, uma joint venture entre o Grupo Volvo e a Daimler Truck AG.
A Cellcentric construirá uma das maiores instalações de produção em série para células de combustível da Europa, especialmente desenvolvidas para veículos pesados.
Desafios da tecnologia
Para a Volvo, apesar dos avanços e benefícios, a utilização de células de combustível a hidrogênio ainda tem desafios a enfrentar. Um dos principais é a oferta de hidrogênio no mercado, especialmente o hidrogênio verde, que é produzido a partir de fontes renováveis.
E também não existe uma infraestrutura de abastecimento de veículos pesado com esse tipo de combustível, o que vai levar alguns anos para se popularizar.
“Esperamos que a oferta de hidrogênio verde aumente significativamente nos próximos dois anos, já que muitas indústrias dependerão dele para reduzir as emissões de CO2. No entanto, não podemos esperar para descarbonizar o transporte, já estamos atrasados. Então, minha mensagem clara para todas as empresas de transporte é começar a jornada hoje com modelos elétricos a bateria, biogás e outras opções disponíveis. Os caminhões a célula de combustível serão um complemento importante para transportes mais longos e pesados daqui a alguns anos”, diz Alm.
