5 parques que protegem a onça-pintada
Desde 2018, todo o dia 29 de novembro, que este ano caiu na última segunda-feira, é comemorado o Dia Nacional da Onça-pintada. A data foi criada pelo Ministério do Meio Ambiente brasileiro para divulgar a importância ecológica, econômica e cultural da espécie. O maior felino das Américas é um animal que ocupa o topo da cadeia alimentar e que demanda grandes áreas conservadas para sobreviver. Portanto, ele é um importante indicador da saúde da natureza dos locais que habita. A ausência desse predador causa um desequilíbrio na cadeia que impacta todo o ecossistema e traz efeitos imprevisíveis. Da perda de biodiversidade a alteração na composição do solo; do aumento de espécies exóticas até a liberação de doenças que podem afetar a saúde humana.
Apesar de viver em áreas preservadas nos biomas Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, a espécie-símbolo do país se encontra num estado de vulnerabilidade. A perda de habitat natural pelo desmatamento e a caça são as principais ameaças para a sua sobrevivência. Segundo um estudo publicado este ano na revista Conservation Science and Practice, entre 2016 e 2019, mais de 1.400 onças-pintadas foram mortas ou deslocadas apenas na região amazônica. Diante deste cenário, as unidades de conservação são uma estratégia fundamental para a conservação do animal e da natureza.
Em celebração à data e atrair atenção ao tema, vamos destacar aqui algumas áreas protegidas que ajudam nessa importante missão de conservação.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, Amazonas
As reservas de desenvolvimento sustentável são unidades de conservação que é possível fazer uso dos recursos naturais sem exauri-los. E faz isso, ao tomar os povos tradicionais que ali vivem como essenciais na conservação do bioma. Criada em 1998, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã é uma das maiores áreas protegidas na Amazônia brasileira, com 2,3 milhões de hectares. A unidade abrange os municípios de Maraã, Barcelos e Coari.
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Na reserva estão presentes as florestas alagadas de várzea, de igapó, e as florestas de terra firme e mesmo alguns trechos de campinas e campinaranas. As matas não alagadas são as mais importantes de Amanã e apresentam algumas das maiores extensões não perturbadas da Amazônia brasileira. Este cenário favorece a presença de uma fauna rica e diversa, incluindo da onça-pintada que, neste ambiente, apresenta um comportamento único. Em tempo da cheia, a onça passa a habitar a copa das árvores e desenvolve ali toda uma rotina de vida (alimentação, reprodução e cuidado parental).
Parque Estadual Pico Paraná, Paraná
No Parque Estadual Pico Paraná, o cenário é de montanhas encravadas no trecho de Mata Atlântica mais bem conservado do país. Criado em 2002, o parque rodeado pela Serra do Mar abriga um dos pontos mais altos do Sul do país, o Pico Paraná. Esse destaque que dá nome à unidade de conservação se eleva a mais de 1.800 metros do nível do mar.
A mata é uma floresta exuberante e densa onde árvores de mais de 30 metros de altura estão ao lado de arbustos, xaxins, trepadeiras. Bem como das mais variadas bromélias, orquídeas e samambaias. Foram na unidade identificadas 71 espécies animais como bugios, serelepes, pacas, ouriços, quatis, cutias, jaguatiricas. E, sim, lá também está a onça-pintada. Suas pegadas estão por toda a floresta e, com sorte, os animais podem ser observados à distância.
Parque Nacional Viruá, Roraima
Os 240 mil hectares do Parque Nacional do Viruá, localizados no município de Caracaraí, centro-sul de Roraima, abrangem um mosaico de florestas aluviais, campinaranas e florestas de terra firme, em uma região com características típicas de um pantanal, no norte da Amazônia. Criado em abril de 1998, o parque funciona como um centro de referência para pesquisas ecológicas de longa duração. Sua missão é integrar atividades de pesquisa e conhecimentos de biodiversidade ao desenvolvimento local.
Além da onça-pintada, o parque já identificou mais de 530 espécies de aves, quase metade das espécies conhecidas atualmente na Amazônia. A riqueza e a facilidade de observação de vida silvestre estão entre os principais atrativos da unidade de conservação.
Parque Nacional das Sempre Vivas, Minas Gerais
Na porção mineira da Serra do Espinhaço, o Parque Nacional das Sempre-Vivas abriga um enorme patrimônio de cavernas e aglomerados rochosos. Além disso, quem o visita também encontra matas densas, campos rupestres de altitude, muitas cachoeiras e nascentes d’água, entre elas a do Rio Jequitinhonha. O nome peculiar da unidade faz referência às variadas espécies de “sempre-vivas”, pequenas flores típicas da região.
O elevado grau de preservação da região fica evidente pela presença de espécies de animais ameaçadas de extinção como a onça-pintada e a onça-parda. Entre as aves observa-se a presença da arara-vermelha grande e da arara-canindé. Também há a presença da jaguatirica, lobo-guará, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, catitu, lontra, veado-campeiro, entre outros.
Parque Nacional Pantanal Matogrossense, Mato Grosso
O Parque Nacional Pantanal Matogrossense nasceu para atender as reivindicações da sociedade civil pelo estabelecimento de uma área protegida para o Pantanal. Criada em setembro de 1981, a unidade de conservação de 135.000 hectares está localizada na confluência dos rios Paraguai e Cuiabá, no Mato Grosso.
Lá, o principal atrativo para os visitantes é a observação embarcada de animais silvestres e de aves nos ninhais e dormitórios da Baía do Burro. Em seu interior, há mais de 3.500 espécies de plantas, 264 tipos de peixes, 652 aves, 102 mamíferos, 177 répteis e 40 anfíbios. Das barcas podem ser avistados animais como a garça moura, o jacarés, a capivara, o cervo-do-pantanal e, claro, a onça-pintada.
Fonte: WikiParques