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Pássaro encontrado no Pantanal e Mata Atlântica usa “filtro de imagem” para atrair fêmeas

Pássaro encontrado no Pantanal e Mata Atlântica usa “filtro de imagem” para atrair fêmeas
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(Foto: VW Pics/Getty Images)

Segundo um novo estudo, machos do gênero tropical Ramphocelus se aproveitam de ilusão óptica das penas para parecerem mais saudáveis e atraentes

Não são só os humanos que usam filtros de imagens para deixar as fotos mais atraentes nas redes sociais e, quem sabe, atrair “crushes”. Cientistas descobriram que pássaros machos do gênero tropical Ramphocelus possuem estruturas nas penas que fazem com que eles pareçam mais coloridos, vistosos e saudáveis aos olhos de parceiras potenciais.
No mundo das aves, as cores fortes e chamativas das plumagens pesam positivamente a favor dos acasalamentos. Entre os espécimes do Ramphocelus, que podem ser encontrados em regiões tropicais como Pantanal e Mata Atlântica, a vivacidade das cores sempre foi associada à alimentação.

Eles passam um bocado de tempo buscando comidas que forneçam altas doses de pigmentos carotenoides (como o betacaroteno presente na cenoura). Uma alimentação rica dessas substâncias pode conferir intensidade e brilho às aves, que geralmente ostentam penas em tons de vermelho escarlate, amarelo e laranja.
E a síntese dos pigmentos também depende de processos metabólicos saudáveis. Por tabela, as penas de cores mais intensa são consideradas um “sinal honesto” da boa condição fisiológica do macho.

“Segundo essa teoria, um pássaro de um vermelho vivo grita basicamente: ‘Veja como estou saudável’, ‘Meu sistema imunológico está funcionando’ ou ‘estou tão saudável que consigo pigmentar minhas penas”, explica Dakota McCoy, da Universidade de Harvard, que conduziu a pesquisa.

Ramphocelus tanager (Foto: Bernard P. Friel/Getty Images)

O que o novo estudo mostra é que as penas masculinas têm microestruturas elaboradas que amplificam a aparência da cor sob a luz por um efeito óptico. E tais estruturas não estão necessariamente ligadas à qualidade metabólica, tampouco têm relação com as diferentes concentrações de carotenoides no organismo.
Publicada na revista científica Nature, a pesquisa levanta a hipótese de que as microestruturas nas penas, como farpas mais alongadas, surgiram como parte da corrida evolucionária para manutenção da espécie. É como se fosse uma forma mais fácil dos machos melhorarem sua aparência para atender a preferências da fêmeas pelas cores mais intensas.

Isso significa que os pássaros machos trapaceiam para levar a melhor no “Instagram da evolução”? Não necessariamente. Segundo os cientistas ainda são poucos os estudos sobre os sinais ópticos de plumagens e, por isso, os efeitos não podem ser classificados como “puramente enganosos” ou puramente decorrentes de uma força seletiva.
“Os indivíduos lutam para satisfazer muitas pressões seletivas concorrentes que variam ao longo do tempo e do espaço, desde encontrar uma parceria para acasalar quanto para evitar predadores. “A natureza é vermelha nos dentes, nas garras e nas penas” escrevem os pesquisadores no artigo.

Fonte: Um Só Planeta

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Trajano Xavier

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