Enzima produzida pelos pirilampos poderá ser usada para detetar SARS-CoV-2
TEXTO MANTIDO NO PORTUGUÊS ORIGINAL DE PORTUGAL
O SARS-CoV-2 e a doença COVID-19 serão, provavelmente, alvo do maior e mais sofisticado processo de investigação alguma vez elaborado. Em tão pouco tempo as vacinas estão a conseguir conter os estados de doença grave, a travar mortes e os vários estudos podem levar a que haja medicação e forma de deteção revolucionárias, do ponto de vista do consumo global. Depois da vacina em spray, chega agora uma inovação que conta com uma enzima produzida pelos pirilampos.
Segundo os investigadores da UFSCar, é possível acoplar a molécula a uma proteína que se conseguirá ligar ao novo coronavírus. Assim, a presença de anticorpos contra o microrganismo seria confirmada pela emissão de luz.
Pirilampo pode ser importante para detetar a COVID-19
Ao combinar uma enzima encontrada nos pirilampos com uma proteína capaz de se ligar ao novo coronavírus, os investigadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma nova estratégia para detetar o vírus.
A enzima usada na investigação pertence à classe das luciferases, cujo papel é catalisar reações que transformam energia química em energia luminosa – fenómeno que recebe genericamente o nome de bioluminescência. Dentro de todas as luciferases conhecidas, aquela produzida pelo pirilampos Amydetes vivianii é uma das que geram bioluminescência mais brilhante e estável.
O inseto foi encontrado no campus de Sorocaba da UFSCar e recebeu esse nome em homenagem ao professor Vadim Viviani, que descobriu a espécie e clonou em bactérias o ADN que codifica a luciferase deste pirilampo. O investigador também estudou a estrutura molecular e as funções da enzima.
Agarramos a nossa luciferase mais brilhante e acoplamo-la, por engenharia genética, a uma proteína capaz de se ligar aos anticorpos. Se os anticorpos contra o SARS-CoV-2 estiverem presentes na amostra, a ligação ocorrerá e isso poderá ser detetado através da emissão de luz.
Disse Viviani à Agência FAPESP.
De forma semelhante, a presença de proteínas específicas do SARS-CoV-2, que indicam a infeção, pode ser detetada pela molécula bioluminescente na presença de anticorpos específicos.
Investigação já com a patente solicitada
O investigador Vadim Viviani conta que já depositou um pedido de patente para o novo sistema bioluminescente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). E diz que o estudo é tão recente que o artigo que o descreve ainda está em fase de redação.
Testamos com sucesso o método para diversos anticorpos, que podem ser detetados por técnicas como imunoblotes e Western Blot.
Concluiu Viviani.
FONTE: PPLWare