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Pesquisadores descobrem que sítio arqueológico em Goiás tem 3,5 mil anos

Pesquisadores descobrem que sítio arqueológico em Goiás tem 3,5 mil anos
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Toca da Anta é o mais novo sítio descoberto

Pesquisadores descobriram que um sítio arqueológico no município de Montes Claros de Goiás (GO) possui 3,5 mil anos, segundo informou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As pesquisas no local já ocorriam desde 2019, mas foi apenas nas últimas semanas que os arqueólogos conseguiram datar a história do local.
Amostras de carvão foram enviadas para o Laboratório Beta Analityc, em Miami, nos Estados Unidos, para datação por radiocarbono. O resultado mostrou que os registros são de 3.500 anos atrás. Ao UOL, Mozart Júnior, coordenador-geral do projeto que é liderado pela Sapiens Arqueologia, explicou que a datação é um passo muito importante para o estudo, já que o sítio, intitulado Toca da Anta, está localizado em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, o que dificultaria o reconhecimento histórico.

“Para a arqueologia brasileira é difícil conseguir a datação porque lugares que já passaram por processos de plantio podem desestruturar tudo o que está nos sítios arqueológicos”, explica Júnior. “A datação ajuda a mostrar a cronologia das ocupações no local”.

Ao todo, 3.229 artefatos foram coletados e submetidos às etapas de curadoria e análise em laboratório. A descoberta se deu por uma pesquisa arqueológica realizada no âmbito do processo de licenciamento ambiental. O sítio está inserido em zona preservada, em uma área delimitada de 7.640 m² e as escavações alcançaram 2,5 metros de profundidade.

Cerca de 3.229 artefatos foram descobertos
(Foto: Divulgação/Iphan)

Em um primeiro momento, os arqueólogos encontraram materiais cerâmicos, pedra lascada e carvão, associados a grupos horticultores-ceramistas. Em uma sequência das pesquisas, houve uma alta incidência de material em pedra lascada, vinculado a grupos caçadores-coletores.
Dentre os artefatos descobertos, estão ferramentas de corte e raspadores de pedras, restos ósseos, porções de carvão, além da identificação de pinturas rupestres em três painéis.

“A pintura foi produzida pelos grupos mais antigos, dos caçadores-coletores, porque o ocre, tinta que eles usavam, estava associada aos artefatos mais profundos”, explicou Júnior.

Todo o acervo foi encaminhado para a reserva técnica do Museu Histórico de Jataí (GO).
Danilo Curado, arqueólogo do Iphan de Goiás, afirmou que “o acervo arqueológico gerado na pesquisa demonstra o longo período de habitação da área e as boas condições que o local fornecia ao longo de milênios”. Ainda, segundo ele, “os fragmentos de carvão, por exemplo, podem ter sido resultado de fogueiras feitas pelo homem”.

Pinturas rupestres são identificadas em sítio arqueológico em Montes Claros de Goiás (Foto: Divulgação/Iphan)

A Toca da Anta é a maior descoberta no Parque Industrial do Setor Elétrico de Bioenergia. “Em 2019 iniciamos o processo de licenciamento destas áreas e esse processo inicial é apenas um projeto de prospecção, de tentar encontrar sítios arqueológicos. Na época, encontramos cinco sítios, incluindo a Toca da Anta”, conta Júnior.
Apenas no ano passado foi iniciado o processo de salvamento destes sítios arqueológicos, com o resgate dos artefatos. Segundo o Iphan, só no município de Montes Claros de Goiás já foram identificados 19 sítios arqueológicos que também foram cadastrados pelo Centro Nacional de Arqueologia (CNA) do instituto.

Fonte: UOL

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Trajano Xavier

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