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Expedição da Unesco descobre, no Taiti, um recife de corais em águas profundas

Expedição da Unesco descobre, no Taiti, um recife de corais em águas profundas
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Pesquisadores marinhos descobriram uma raridade perto do Taiti, um recife de coral gigante e em ótimo estado de conservação.

O projeto da Unesco ignorou a superfície de águas cristalinas da Polinésia Francesa. Os pesquisadores estavam interessados na zona mesofótica do mar – uma palavra de origem grega para “meia luz”.

Entre 30 e 120 metros de profundidade reina a penumbra. Os mergulhadores só foram a fundo por causa de um avanço tecnológico: o reciclador do ar expirado – que deu a eles tempo para mapear a região. E quando chegaram lá, deram de cara com um mar de rosas.

Os oceanógrafos explicaram que os corais de superfície têm forma de galhos. Mas esses são do tipo foliacious – significa “folha” em latim. A forma floral dá aos corais mais área para absorver luz. Alguns têm dois metros de diâmetro, o que indica que esse jardim submarino tem perto de 20 anos. E estava ali, imaculado, um recife que vai além de onde a vista alcança, com mais de 3 quilômetros.

Os corais são animais que abrigam dois terços dos peixes do mar – uma em cada quatro espécies marinhas. Ninguém esperava essa qualidade de ecossistema ali; não tem um sinal de doença nem de mortalidade. Esse lugar a 2 quilômetros da costa do Taiti não sentiu impacto da poluição ou pesca excessiva.

O mundo já perdeu metade dos recifes de corais. A ONU estima que até o fim do século nenhum vai resistir ao o branqueamento – que é quando o coral morre, perde a cor e o esqueleto fica exposto. O problema principal é o aquecimento global. E os cientistas se perguntam até que temperatura esses corais mais profundos conseguem resistir.

O chefe de Políticas Marinhas da Comissão Oceanográfica da Unesco avisou que o mundo só tem 10 anos para investir em conhecimento do oceano. Em entrevista, Julian Barbiere argumentou que governos já esmiúçam o cosmo, mas só mapearam em alta definição 20% dos oceanos.

Ele explicou que o conhecimento é fundamental para conservação e até para compreensão dos impactos de fenômenos como tsunamis. É por isso que a equipe coletou as pétalas para ciência e guardou o resto na memória.

Fonte:  Jornal Nacional
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Trajano Xavier

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