BH volta a distribuir joaninhas para controle biológico
Paralisada devido à pandemia da Covid-19, a biofábrica de joaninhas de Belo Horizonte passou por uma expansão e a produção e distribuição de kits acabaram de ser retomadas. Com a ampliação da atividade, a meta para 2022 é produzir, em média, 50 mil joaninhas e entregar mais de 5 mil kits. No momento, todas as solicitações que já estavam na fila foram completamente atendidas, permitindo o início de uma nova agenda de entrega dos insetos.
Quem se interessar por adquirir os kits pode se inscrever, por meio do Portal de Serviços, no site da PBH. Desde a retomada na produção, já foram entregues mais de 500 kits.
Atualmente, a biofábrica conta com quatro profissionais, sendo dois servidores e duas estagiárias que, todos os dias, fazem a manutenção da criação das joaninhas, separando as diversas fases de crescimento dos insetos, trocando alimentos e preparando kits para doação de organismos.
A princípio, os organismos produzidos começaram a ser utilizados na cidade, na recuperação de serviços do ecossistema em ambientes urbanos, gerando produção de alimentos, matérias-primas, renovação de recursos hídricos, beleza cênica, redução de poluição, entre outros.
A estratégia foi inspirada em um modelo francês, como destaca o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck. “Esta atividade, que tem gerado excelente resultado, foi desenvolvida espelhando-se numa experiência implantada em Paris. Lá, eles distribuíram larvas de joaninha para acabar com os insetos que danificam jardins públicos. Paris é uma cidade que não usa pesticida nos logradouros públicos há anos. É uma referência de políticas ambientais de sucesso”, afirma.
“AS JOANINHAS SÃO PODEROSAS NO CONTROLE DESTAS PRAGAS URBANAS QUE ATACAM ÁREAS VERDES E PLANTAÇÕES. ELAS SÃO INSETOS CARNÍVOROS QUE COMEM ATÉ MESMO LARVAS DE LAGARTAS, PULGÕES E MOSCAS BRANCAS. REPRODUZIMOS ESTE FORMATO QUE CONHECEMOS NA FRANÇA E IMPLANTAMOS AQUI A PRIMEIRA BIOFÁBRICA”
Mário Werneck, secretário de Meio Ambiente
Instalada na Casa Amarela, no Parque das Mangabeiras, a biofábrica funciona como um laboratório onde os insetos são criados com dieta e temperatura controladas. Eles são alimentados e colocados para acasalar e os ovos e larvas recebem cuidados para completar o ciclo até atingir a fase adulta.
Para o diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Dany Amaral, a implantação do espaço para produção em massa foi muito importante. “Em ambiente controlado podemos realizar condições para o desenvolvimento de populações de joaninhas, complementando um processo que ocorreria na natureza. Dessa forma, criamos um projeto de conservação de espécies de joaninhas, protegendo nossa fauna ao mesmo tempo que promove a produção de alimentos mais sustentáveis ao controlar as pragas”, aponta.
Fonte: Ciclo Vivo