Território Secreto

sua fonte de notícias especiais

Itália proíbe fazendas para a produção de peles

Itália proíbe fazendas para a produção de peles
2Shares

Dia 21 de dezembro foi uma data histórica para os animais em Itália. Foi aprovada uma lei que proíbe a criação de animais para a produção de peles neste país.

Commissione Bilancio del Senato della Repubblica votou no dia 21 de dezembro para aprovar uma versão modificada de uma alteração à lei orçamental, que prevê o encerramento das explorações de peles do país, no prazo de seis meses (até 30 de junho de 2022), e proíbe permanentemente a criação de animais para exploração de peles, em toda a península itálica.

“Depois de anos de manifestações, batalhas, pressões e indagações, mas também de derrotas e apelos não atendidos, finalmente alcançamos um resultado extraordinário, que tornará a Itália num lugar melhor, porque mais de 60.000 visons não serão mais mortos por ano”, escreveu a LAV, uma ONG que luta pelos direitos dos animais na Itália.

A alteração aprovada inclui uma proibição imediata da criação de animais para peles (martas, raposas, cães guaxinins e chinchilas), e o encerramento de todas as explorações de peles ativas em Itália até 30 de junho de 2022, bem como uma indemnização aos produtores, coberta por um fundo do Ministério da Agricultura, num total de 3 milhões de euros em 2022.

Segundo o jornal La Stampa de Turim, existem ainda 10 explorações de martas em funcionamento em Itália, 5 das quais estão agora livres de animais, sendo que as suas operações já tinham sido suspensas até ao final de 2021 devido à emergência da doença de COVID-19.

Humane Society International/Europe (HSI/Europe) apresentou soluções práticas e estratégicas para encerrar e converter explorações de criação de peles em atividades alternativas, humanas e sustentáveis, no seu recente relatório “Mink breeding in Italy: Mapping and future perspectives” (Criação de visons em Itália: Mapeamento e perspectivas futuras).

A decisão exige ainda a aprovação final por parte do Parlamento, esperando-se que seja aprovada até ao fim do ano, tornando a Itália no 16.º país da Europa a proibir a criação de peles.

Muitas marcas de moda italianas já deixaram de usar peles, como a Valentino, Armani, Gucci, Prada e Versace.

“Uma vitória histórica para a proteção dos animais em Itália”, afirmou Martina Pluda, diretora da Humane Society International em Itália.

“A HSI/Europe está imensamente orgulhosa de que a nossa estratégia de conversão de explorações de produção de peles tenha desempenhado um papel central no desmantelamento desta indústria cruel e perigosa no nosso país”, disse Martina Pluda. “Existem razões muito claras de ordem económica, de ambiental, de saúde pública e, claro, de bem-estar animal para encerrar e proibir as explorações de peles. A votação de hoje reconhece que permitir a criação em massa de animais selvagens para a moda frívola das peles representa um risco tanto para os animais como para as pessoas, que não pode ser justificado pelos benefícios económicos limitados que proporciona a uma pequena minoria de pessoas envolvidas nesta indústria cruel”.

“Em 30 anos de luta pelos direitos dos animais, esta é a mais bela vitória. Finalmente, uma votação parlamentar sanciona o fim do sofrimento indizível infligido aos animais apenas em nome do lucro e da vaidade”, acrescentou a política e ativista Michela Vittoria Brambilla, que é também presidente do Intergrupo Parlamentar para o Bem-estar e Conservação dos Animais e da Liga Italiana para a Defesa dos Animais e do Ambiente. “Agora estamos à espera da aprovação final da lei orçamental, mas a vontade política foi claramente expressa”.

A HSI salientou que, em dezembro de 2021, foram confirmados surtos de COVID-19 em 465 explorações de martas em 12 países, incluindo Itália (10 na Europa, nos EUA e no Canadá).

Em fevereiro de 2021, a Agência Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) comunicou que as explorações de martas deviam ser consideradas um risco para surtos de COVID-19.

Em janeiro de 2021, uma avaliação de risco publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu a Europa como uma região de alto risco em relação à introdução e propagação do vírus SARS-CoV-2 nas explorações de produção de peles e na transmissão do vírus SARS-CoV-2 das explorações de produção de peles para as populações selvagens.

Foto: HSI

2Shares

Trajano Xavier

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *