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Ponto mais alto da Groenlândia registra chuva pela primeira vez na história

Ponto mais alto da Groenlândia registra chuva pela primeira vez na história
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A precipitação durou 13 horas e foi acompanhada de temperaturas acima de zero. A extensão do derretimento na área atingiu um pico de 872.000 quilômetros quadrados

Pela primeira vez na história foi registrada uma chuva intermitente no ponto mais alto do manto de gelo da Groenlândia. A área fica 3.216 metros acima do nível do mar e a chuva caiu por 13 horas seguidas, no dia 14 de agosto. As temperaturas também chamaram a atenção, permanecendo acima de zero por cerca de nove horas. O relato vem da Estação Summit, da National Science Foundation, que monitora o clima do Ártico e as mudanças no gelo e tem funcionado o ano todo desde 1989.
De acordo com o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA, não há registros de chuvas anteriores nesse local e essa é a terceira vez, em menos de uma década, em que a temperatura ficou acima do ponto de congelamento da água e a precipitação envolveu neve úmida. Os eventos anteriores ocorreram em 2012 e 2019.

As temperaturas excepcionais foram acompanhadas pelo nível de chuva sem precedentes. Cientistas estimam que em um dia a Groenlândia recebeu cerca de sete bilhões de toneladas de água, o que representa cerca de um quarto do que é esperado para todo o ano. Não está claro quanto caiu no pico mais alto. Segundo reportagem publicada no jornal The Washignton Post, como isso nunca aconteceu antes, a estação não estava equipada com pluviômetro.
Os relatórios apontam, no entanto, que a chuva pode ter um efeito importante no manto de gelo, contribuindo para o seu degelo. A extensão do derretimento no dia 14 de agosto atingiu um pico de 872.000 quilômetros quadrados, retornando a níveis moderados apenas em 16 de agosto.
“Na maior parte do manto de gelo, a água derretida (ou a chuva que fica nas partes superiores da camada de gelo) se infiltra na neve e volta a congelar; no entanto, em áreas com gelo nu e com neve saturada de água, perto da costa, a água derretida (e a chuva) é escoada, resultando na perda de massa do manto de gelo”, explicam os cientistas do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos.

O Centro ainda alerta que em 15 de agosto de 2021, a massa superficial perdida foi sete vezes acima da média do período e que neste ponto da temporada, as grandes áreas de gelo descoberto que existem ao longo de grande parte das áreas costeiras do sudoeste e do norte não tem capacidade de absorver o derretimento ou a chuva. Portanto, a água acumulada na superfície flui morro abaixo e, eventualmente, chega ao oceano.

(Foto: mahlersilvan/Unsplash)

Fonte: Revista Galileu

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Trajano Xavier

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