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Projeto utiliza cocô de galinha para despoluir solo contaminado em SP

Projeto utiliza cocô de galinha para despoluir solo contaminado em SP
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A Eckoslife Soluções Ambientais e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas estão desenvolvendo projeto que utiliza esterco de galinhas para despoluir solos contaminados por derivados de petróleo. O projeto é apoiado pela Embrapii e pelo Sebrae, na categoria Desenvolvimento Tecnológico, tendo recebido aporte total de R$ 514 mil.

A ideia é unir o útil ao agradável: destinar adequadamente grandes quantidades de esterco gerado diariamente em granjas de produção de ovos, enquanto recupera áreas contaminadas por atividades de armazenamento, distribuição e comercialização de combustíveis, cujos principais contaminantes são os hidrocarbonetos de petróleo presentes, por exemplo, no diesel e na gasolina.

“Os postos de combustíveis representam 70% do total das áreas contaminadas identificadas no Estado de São Paulo. Além disso, os hidrocarbonetos de petróleo podem ser também encontrados em áreas contaminadas por atividades industriais. Em conjunto, as atividades industriais e de postos de serviço representam 90% das áreas contaminadas cadastradas pela Cetesb em São Paulo”, explica a pesquisadora do IPT e coordenadora do projeto, Camila Camolesi Guimarães.

O manejo dos dejetos nestes setores é uma parte importante dentro do processo produtivo, podendo se transformar em um passivo ambiental do empreendimento, caso negligenciado.

BIORREMEDIAÇÃO
 O esterco de aves é bastante usado como adubo em produções agrícolas, mas a sua aplicação no processo de remediação de áreas contaminadas é ainda pouco explorada no Brasil. Está sendo avaliada a aplicação do esterco no processo de biorremediação de solos contaminados – nele, os microrganismos são responsáveis por transformar os poluentes em compostos não-tóxicos, por meio de processos biológicos de degradação. No caso da adição de esterco ao solo, este pode atuar como fonte de nutrientes para os microrganismos da terra contaminada e, ainda, como provedor de novos microrganismos para favorecer o processo de degradação no meio.

No projeto, estão sendo desenvolvidos testes de bancada em modelo híbrido de landfarming e biopilhas, para avaliar os efeitos da adição de esterco em diferentes proporções ao solo contaminado, sendo acompanhada a evolução de parâmetros químicos, físico-químicos e microbiológicos ao longo do tempo, para determinar parâmetros de eficiência do processo.

De acordo com o “Guia de elaboração de planos de intervenção para o gerenciamento de áreas contaminadas”, publicado pelo IPT em 2014, o landfarming é um sistema de biorremediação bastante utilizado para degradar compostos de hidrocarbonetos de petróleo. Nele, o solo contaminado é escavado e distribuído sobre um substrato preparado, contando geralmente com a adição de nutrientes, irrigação e revolvimento mecânico periódico.

Por outro lado, o biopilha é um sistema híbrido de landfarming e de compostagem, também normalmente usado para o tratamento de contaminação de solos com hidrocarbonetos de petróleo. “É uma versão mais elaborada do landfarming que tende a controlar perdas físicas dos contaminantes por lixiviação e volatilização, devido ao isolamento do solo contaminado durante o tratamento”, explica a pesquisadora.

A biopilha apresenta um ambiente favorável para o desenvolvimento de microrganismos aeróbios e anaeróbios em condições controladas. Além disso, o isolamento do material evita a dispersão de partículas que podem carregar o contaminante e, eventualmente, microrganismos, protegendo o entorno.

Serão também realizados testes de ecotoxicidade do solo tratado à germinação de sementes e aos efeitos crônicos sobre a macrofauna do solo.

Fonte: The Greenest Post
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Trajano Xavier

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