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Uma a cada cinco espécies migratórias corre risco de extinção, afirma ONU

Uma a cada cinco espécies migratórias corre risco de extinção, afirma ONU
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Para quem vive nos centros urbanos, a relação com a fauna de cada região pode ser bastante restrita e limitada a interações em zoológicos ou a documentários sobre a natureza. Quem nasceu e cresceu em uma cidade muitas vezes não tem contato com as espécies endêmicas dos biomas e pode conhecer os animais apenas quando eles já estão perto da extinção.

De acordo com a pesquisa Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção no Brasil 2014, realizada pelo IBGE e divulgada em 2020, o Brasil tinha 3.299 espécies de animais e plantas sob risco de desaparecimento até o ano em que o estudo foi realizado, o que representa 19,8% do total de 16.645 espécies analisadas. Segundo a pesquisa do IBGE, “a Mata Atlântica se destaca pelo número total de espécies ameaçadas, e também proporcionalmente à sua alta riqueza de espécies avaliadas”.

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Os motivos que levam uma espécie à extinção são vários: caça predatória, seja para o comércio ilegal ou por lazer, destruição de habitats, introdução de espécies exóticas, poluição, entre outras causas ligadas à presença humana.

O mico-leão-dourado, endêmico da Mata Atlântica, é uma espécie que quase desapareceu por causa do desmatamento desenfreado no litoral brasileiro e a falta de medidas de preservação para proteger a espécie. Atualmente, a Associação Mico-Leão-Dourado, no Rio de Janeiro, tem a meta de manter 2 mil micos vivendo livremente em 25 mil hectares de florestas protegidas na região do Rio de Janeiro até 2025. Outras espécies ameaçadas são o mutum-de-bico-vermelho, a onça-pintada, o sapinho-da-barriga-vermelha e a perereca-de-alcatrazes.

No Brasil, um caso emblemático é o da ararinha-azul, que foi considerada extinta da natureza em 2000. Originária da caatinga, a espécie foi alvo do comércio ilegal por causa do tráfico de animais, além de sofrer com a diminuição de seu habitat natural pelo avanço da ocupação humana, até que se tornou cada vez mais rara na vida selvagem. Apesar de não ser mais vista na natureza, alguns exemplares viviam em cativeiro e em zoológicos no Qatar, na Alemanha e na Bélgica.

Em 2016, a organização sem fins lucrativos alemã, Association of Conservation Threatened Parrots (ACTP), lançou o “Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul” em conjunto com o ICMBio e com o apoio da fundação belga Pairi Daiza. Em 2020, 52 ararinhas-azuis chegaram ao Brasil da Alemanha e, desde então, elas estão sob os cuidados de pesquisadores para que sejam reintroduzidas na natureza somente quando conseguirem sobreviver fora do cativeiro.

De acordo com a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma espécie ameaçada deve apresentar as seguintes características: diminuição de 50% a 70% da população ao longo de dez anos, área de ocupação inferior a 5 mil quilômetros quadrados (ou uma população local em menos de 500 quilômetros quadrados), população com menos de 2,5 mil adultos, população restrita de 250 adultos ou uma previsão estatística de que a espécie será extinta em 20 anos.

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Trajano Xavier

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