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Larvas ajudam a decompor plástico, mostra pesquisa da Unesp

Larvas ajudam a decompor plástico, mostra pesquisa da Unesp
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Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista estão buscando na natureza a solução para um dos mais graves problemas ambientais, especialmente nos grandes centros urbanos.

É assim em várias cidades: No meio de tanto lixo, muito plástico. Mas um bichinho pode ser um aliado. No laboratório da Unesp em Araraquara, os pesquisadores estudaram como as larvas ajudam a decompor o plástico. Dá para perceber que elas comeram pedaços de uma sacola e de um isopor. Os cientistas usaram a traça do mel, que ataca as colmeias.

“O mel tem cadeias semelhantes ao plástico, de carbono. E por causa dessas semelhanças as larvas acabam sendo capazes, acabam tendo os mecanismos necessários para comer o plástico”, diz a pesquisadora Unesp Araraquara Betina Sayeg Burd.

O que chamou a atenção dos pesquisadores foi a velocidade da degradação do plástico no laboratório. Em 24 horas, as larvas começaram a digerir as embalagens. De acordo com os cientistas, um grupo de 100 larvas é capaz de degradar uma bandeja de isopor em 16 dias. Já uma sacolinha de supermercado, em torno de um mês. Bem diferente do tempo que o plástico leva para se decompor na natureza: mais de 400 anos.

Depois dos testes, os bichos morreram intoxicados. Os cientistas esperam fechar parcerias com empresas para usar as larvas apenas em ambiente controlado.

“Não é possível utilizar essas larvas no aterro sanitário porque no aterro sanitário a larva vai tanto degradar o plástico quanto o lixo orgânico. E o que vai acontecer? Você vai ter uma diminuição da degradação do plástico porque ela vai também querer degradar o lixo orgânico”, explica o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara Rondinelli Herculano.

O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, com mais de 11 milhões de toneladas por ano. Fica atrás só de Estados Unidos, China e Índia. Mas no Brasil só se recicla 1% do total

“É uma alternativa muito interessante, muito promissora principalmente porque as larvas têm se mostrado muito úteis, muito vorazes. Estão realmente biodegrando o plástico e transformando ele em algo que não seja tão nocivo para o meio ambiente”, afirma a pesquisadora Betina Sayeg.

Fonte:  Jornal Nacional
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Trajano Xavier

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